quinta-feira, 30 de agosto de 2012

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

"Volte os olhos para seu passado e diga: Eu fiz o que pude, com o conhecimento e a compreensão que possuía naquele momento. Não se culpe por mais nada. Leve as mãos ao seu coração e diga: "Eu deixo o meu passado ir embora de uma vez." By Aline
"Não desista, vá em frente. Sempre há uma chance de você tropeçar em algo maravilhoso. Nunca ouvi falar em ninguém que tivesse tropeçado em algo enquanto estava sentado."
Caio F. Abreu

"Soltar. Entregar. Deixar ir. Deixar partir. Fluir. Viver no presente. Sem o peso do passado, sem expectativas para o futuro. Saber da nossa finitude. Saber que somos passageiros. Sem posses. Sem medo. Sem culpas."

"Porque amar não é um vexame. Escândalo mesmo é a indiferença."

Que meu silencio jamais signifique que me esqueci de você.

De onde muito se espera é q ñ surge nada. O amor prefere se aproximar dos distraídos.
"Eu espero que a vida te surpreenda e que você não se prenda, não se acanhe, não duvide. Porque parte das coisas boas vem das lutas, mas a outra parte vem sem avisar. Eu desejo que os dias te peguem desprevenido, desajeitado, despreocupado. Afinal, o que não foi programado também funciona, nem toda ação inesperada merece ser descartada e algo não planejado pode vingar."

Fernanda Gaona
"Fico besta com quem perde a compostura por não gostar de algo ou alguém: tão mais simples desconectar. Não ouça, não leia, não prestigie. Dê atenção ao que tem sintonia com você. E toque sua vida, sem agredir."


Martha Medeiros
"Os caras que gostam ligam. Os caras que se interessam comparecem. Os caras que se apaixonam perseguem você como bichinhos de verão na luz. Se ele não procurou, é porque não gostou, não se interessou, não se apaixonou. O medo de amar não existe. A única coisa que existe é o medo de não ser amada."


Martha Mendonça
"Quem é feliz não conta, não espalha, não grita aos quatro cantos. Quem é feliz, satisfaze-se por ser. E sabe que felicidade anda coladinha na inveja. Quem é feliz não precisa provar nada, simplesmente é. As pessoas felizes demais nunca me passaram confiança. Essa coisa de que a vida é uma festa e não existe nada errado, não me brilha aos olhos. Feliz é quem conhece o lado ruim e o respeita. Feliz é quem já foi infeliz. Somente quem já foi infeliz pode entender que a tristeza traz um punhado muito bom de aprendizados. Felicidade não é sobre quem grita mais alto; é sobre quem sorri mais fundo."

Clarissa Corrêa
"Quem é feliz não conta, não espalha, não grita aos quatro cantos. Quem é feliz, satisfaze-se por ser. E sabe que felicidade anda coladinha na inveja. Quem é feliz não precisa provar nada, simplesmente é. As pessoas felizes demais nunca me passaram confiança. Essa coisa de que a vida é uma festa e não existe nada errado, não me brilha aos olhos. Feliz é quem conhece o lado ruim e o respeita. Feliz é quem já foi infeliz. Somente quem já foi infeliz pode entender que a tristeza traz um punhado muito bom de aprendizados. Felicidade não é sobre quem grita mais alto; é sobre quem sorri mais fundo."

Clarissa Corrêa
"Tanta gente aí esperando ansiosamente pra ver o que a vida oferece, só que não sai de casa, e quando sai, não tem o olhar curioso nem o espírito aberto para receber o que ela traz." 

"A vida é tão maravilhosa porque também é feita de colos, de feridas que cicatrizam, de amigos que celebram ou choram junto. Feita de pessoas apaixonadas e apaixonantes, possíveis e impossíveis, pessoas que machucam, pessoas que chegam pra curar."

"Há quem acredite que o amor é medicamento. Pelo contrário. Se você está deprimido, histérico ou ansioso demais, o amor não se aproxima, e caso o faça, vai frustrar sua expectativa, porque o amor quer ser recebido com saúde e leveza, ele não suporta a ideia de ser ingerido de quatro em quatro horas, como um antibiótico para combater as bactérias da solidão e da falta de auto-estima. Você já ouviu muitas vezes alguém dizer: “Quando eu menos esperava, quando eu havia desistido de procurar, o amor apareceu.” Claro, o amor não é bobo, quer ser bem tratado, por isso escolhe as pessoas que, antes de tudo, tratam bem de si mesmas." 

Martha Medeiros
 

Uma conversa com o Ano Novo!

- Ano Novo, sente aqui! Antes q vc entre em minha vida precisamos resolver algo q esse ano, q já esta saindo de fininho, deixou pendente.
- Diga minha querida.
- Ano Novo cadê ele?
- Ele quem?
- Cadê o amor q pensei q estaria ao meu lado agora brindando a sua chegada. Achei até q tinha o encontrado, mas ele se foi, estou começando a achar q essa coisa ñ existe!
Então, o Ano Novo carinhosamente olhou p/ aquela moça e disse:
- Qual é a prova q vc esta esperando p/ acreditar no amor? Quantas experiências serão necessárias p/ q possa notá-lo? O amor ñ é tão misterioso quanto as pessoas imaginam, ele pode ser verdadeiro ainda q a eternidade não seja seu destino.
E com seu jeito acolhedor de sempre, trouxe-a p/ mais perto, continuou:
- Repare aquele casal sentado na varanda, estão juntos a 50 anos, passam tds os fins de tarde jogando conversa fora, enquanto o vento acaricia seus cabelos já embranquecidos pelo tempo. Juntos relembram os bons momentos, falando da vida q construíram, temem em silêncio o dia q um deles irá partir e deixam estampado no olhar a ctza de q encontraram o verdadeiro amor. Agora, veja aquele rapaz comprando flores, ele namora a 7 anos e todo aquele nervosismo é pq ele escolheu a data de hj p/ pedir sua namorada em casamento. Casar, quem tomaia essa decisão sem ter a ctza do amor q sente pela outra pessoa? Olhe discretamente p/ aaquele casalzinho no banco da praça, eles estão juntos a apenas 3 meses e em menos de meia hora ele disse q a ama setenta vezes e a moça fala com ele como se estivesse paparicando uma criança.
Não se importam de parecerem ridículos, só precisam expressar todo o amor q sentem. Está vendo aquela garota com fones de ouvido chorando do outro lado da rua? Ela tem medo de relacionamentos e acabou de recusar um convite p/ um encontro com o garoto q ela ama secretamente há dois anos.
Por alguns instantes os dois permaneceram em silêncio, mas isso ñ é coisa de Ano Novo, td Ano Novo vem cheio de palavras de esperança, vem carregado de novos sonhos e trás como consolo a chance de tentar de novo caso algo ñ tenha dado certo no ano q se foi. Olhando nos olhos da moça começou a encher seu coração de palavras sabias:
- Minha querida, mesmo q a morte separe o casal de velhinhos ou q a mulher diga ñ ao pedido de casamento daquele rapaz, independente do futuro daquele casal meloso da praça ou se a garota dos fones de ouvido terá uma segunda chance, é incontestável a existência de um amor sincero nesses casos. Tds eles precisam de um dia p/ começar suas histórias, tds eles tiveram q escolher entre corresponder ou ñ a um olhar, aceitar ou ñ ir ao primeiro encontro. Foram eles q optaram por suportar as manias do outro, abrir mão de estar solteiros nos carnavais ou se dispor a gastar dinheiro no dia dos namorados. O amor visita os corações diariamente, sentar-se na varanda daqui a 50 anos ao lado de quem vc ama, dependerá de como essa visita é recebida em sua vida.
A moça permaneceu pensativa durante toda a conversa, percebeu o quanto o ano q passou se esforçou lhe apresentando amores q sempre foram recusados, hora pq ela achava o rapaz alto demais, baixo demais, feio demais, alegre demais, inteligente demais, meloso demais, mas nunca percebeu q era ela q ñ estava pronta.
- Ei, estou lhe presenteando com mais de 300 dias, cabe a vc construir uma história com eles ao invés de lamentar ao assistir aqueles q souberam ser feliz com a mesma oportunidade q vc teve. – disse o Ano Novo.
- Obrigada Ano Novo!
Então ela o abraçou bem forte e abriu as portas da sua vida p/ q ele entrasse.
By C.G.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Não importa muito se foi ferimento talhado a estilete ou se foi uma acidez latente que tomou conta do seu estômago de repente. Você nunca soube muito bem que sabor tinha aquele tal adeus. Até perder a chance de proclamar uma despedida digna de finais de ciclos. Você não teve nem a chance de se ferir sozinho da melhor forma possível. É que adeus tem gosto de pólvora fresca, pronta para explodir quando alguém aperta o gatilho bem na sua direção. Agora você já sabe o sabor de um adeus.

Deixemos a dor de lado por um tempo. Eu sei que você deve ter desanimado e que seria clichê não admitir que você passou a fechar mais as portas e a girar mais maçanetas. A porta do seu quarto ganhou um aviso diferente. “Perturbe”. Você quer qualquer coisa que faça barulho e adentre o seu espaço sem bater duas vezes.  Pra dizer a verdade, todos nós queríamos mesmo é que aquele amor perdido escancarasse todas as nossas portas e janelas e corações e a gente nem ia tentar conter as lágrimas. Nem homens, nem mulheres. Ninguém se salva da esperança lenta que cisma em dizer: o que você ouviu foi um até logo. Logo mais o amor volta. Eu sei que não volta. Se você ainda tiver dúvidas, pare de me ler neste exato momento. Essa carta é pra quem já perdeu algum amor de vez e enxerga isso quando bate uma angústia calma do nada. É pra quem pendura um aviso de que quer alguém pra quebrar o silêncio que fica quando todo mundo resolve se calar de vez. Só me entende mesmo quem já perdeu um amor.

Você precisa mais de aconchego do que gente dizendo que vai ficar bem. É a falta de estar preso num abraço quente quando todo o resto é morno ou frio demais pra causar alguma reação espontânea que te faça acordar. E precisa de menos compromissos com agendas e calendários porque as datas sempre lembram aquele dia. O meu julho de 2007 pode ser o seu dezembro de 2009, ou o janeiro de 97 de outras pessoas.  As minhas doses de whisky ou rum podem ser a sua cerveja no happy hour, ou a sua vodka importada do final de semana. O meu vinil deve ser parecido com o seu iPod, ou o seu toca-discos. A gente sabe que eles são iguais porque sempre lembram que ali houve presença algum dia. E o tal aconchego de que você e eu precisamos? Você tem vivido normalmente, aposto. Eu também. Já passei do ponto de fazer fogueiras com as fotos antigas que eu tinha presas no armário. E já passei da parte de relembrar todos os dias uma rotina que não era só minha. Ah, mas a gente se acostumou, eu sei. Nada como voltar pra casa e encontrar as luzes apagadas. Nada como tatear no escuro e encontrar a cama vazia. Isso ensina muito. Pelo menos foi o que aprendi.
E como você perdeu o seu amor? Pode ter sido no acidente de carro em que José perdeu a Maria, ou o aeroporto que o João deu tchau pra Teresa, ou a Fernanda que fugiu do Max, ou a janela molhada de chuva que marcou o beijo da Julia e do Fábio. Você deve ter perdido o seu amor num desse olás sorridentes que não esperam desfechos tristes. Ou num telefonema ou e-mail inesperado que terminava com alguma palavrinha besta e um sentimento de aflição enorme. Mas olha ao seu redor: você não está sozinho e todos os amores perdidos foram perdidos por alguma razão que ficou pra trás. E todos nós fugimos do silêncio, da espera, das lembranças e das novas promessas. Todo mundo que já perdeu um amor, da forma que for, já enterrou uma parte de si mesmo e se perdeu. A perda é dupla pra quem fica e serena depois de um tempo. Eu acredito que a gente vá dar conta em algum momento. Amores evoluem e se esbarram por aí. Talvez amores perdidos se correspondam, e nós que ficamos sejamos correspondidos. Talvez eles não entendam que se perderam e nos deixaram mais perdidos ainda. Eles não serão mais encontrados. Mas a gente se acha algum dia.By D.B

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Eu resolvi escrever esse texto para falar um pouco sobre tudo. Essas conversas de amor que a gente tem com os amigos, essas meias filosofias de boteco e de mesa de restaurante, essas convicções que a gente tem por aí: é tudo uma grande questão de ponto de vista.
Esses dias eu ouvi uma amiga minha comentar sobre como as mulheres são burras em se deixar levar pelo papo dos homens e como elas sempre acabam com o coração quebrado porque nós somos rudes, grosseiros, insensíveis. E mesmo quando elas não nos generalizam, a prerrogativa cai por terra ao primeiro sinal de desconfiança: nós não podemos ser bons demais, a gente tem que ter algum defeito, senão não é real. O problema disso tudo é que as mulheres buscam a perfeição, querem viver numa ficção e se desesperam ao primeiro sinal de realidade. E no final de tudo, sempre acaba com a premissa de que somos todos iguais.
Resultado: caímos no clichê daquela velha história de que todas as mulheres quebram a cara e sempre saem pior nos finais de relacionamento. Claro, porque sofrer é um direito exclusivo da causa feminina. Eu deveria dizer que vocês estão um pouquinho equivocadas. A gente tenta também. A gente vai lá e ama. Assim como vocês, a gente acredita que vai dar certo, que vai ser legal. A gente também quer futuro, mesmo que esse futuro não signifique casamento e filhos a médio prazo. Pode ser que a gente não esteja preparado ainda, mas existe a possibilidade de que vocês nos façam ter vontade de viver um casamento e ter nossos filhos. A gente também quebra a cara, quebra o coração. Damos a cara à tapa, caímos de cara no chão. A gente também sofre.
O problema disso tudo é que vão sempre nos culpar por termos quebrado seus corações. E quantos de nós um dia também não já passaram por essa experiência? “É diferente”, vocês podem dizer. Sinto muito em contar pra vocês um dos grandes segredos do universo masculino: a gente também se importa. A gente se importa tanto quanto vocês. Tudo bem que a maioria de nós nunca vai demonstrar o quão tristes nós estamos ou o quanto algumas coisas não fazem mais sentido. Mas a gente se importa em ver vocês andando por aí, com um sorriso no rosto, dizendo que tá tudo bem. É definhar no escuro sem direito à  vela. É andar pela própria casa sem reconhecer algum dos móveis mesmo utilizando o tato. É suportar um calor insuportável no deserto do Saara e não ter recompensa alguma por ter passeado pelas areias.
A gente chega a sofrer até mais, sabiam? Muitos se sentem mais malandros de ouvir de vocês que a gente não presta. Melhor ainda quando dizem que somos todos iguais. Errado. A gente sente, mesmo que seja desprezo ou orgulho. A gente sente que não faz a diferença, que é igual àquele outro que não significou nada pra vocês. A gente sente que nos mostrar insensíveis talvez seja um modo de sentir menos. Porque convenhamos: mostrar que a gente sente não só é nos deixar à mercê de vocês como também enfraquecer nosso elo de virilidade com a nossa raça. É confessar à professora do colegial que ainda somos crianças apaixonadas por ela.
É como eu digo: esse texto é para todos os “broken hearted ones”. E nessa categoria existem dos mais diversos tipos de pessoas. Dentre homens e mulheres, a gente sempre sofre com essa coisa de amor que termina, amor que não corresponde, amor que nem começa. Essa coisa de amor que vai embora, amor que abandona, amor que um dia chega ao fim. Talvez vocês tenham razão. Talvez nós sejamos todos iguais. Iguais a vocês. Mas esse é o ponto de vista que vocês ainda não descobriram.By D.B
Não é de hoje e nem de tempos recentes que o mito do príncipe encantado existe na cultura feminina. Essa figura que remete à perfeição e concentra todos os desejos femininos de bom partido é utilizada massivamente em todo lugar. Eles são mostrados em desenhos infantis, em filmes fantasiosos, em versões modernas da literatura, em canções esperançosas e em um sem número de lugares e ocasiões que chega a ser chato ficar listando. Não teria nada demais na utilização desse artifício fantasioso se ele não fosse o responsável por milhares de problemas contidos em relacionamentos atuais.
Sinceramente, meninas, me digam: vocês já sonharam/pensaram/falaram sobre querer encontrar o tal do príncipe encantado? E a resposta será afirmativa em 100% dos casos. A premissa de um homem encantador que virá busca-las de cavalo branco e que as tratará como princesas é realmente algo bastante vantajoso, não é? Não, não é. Se vocês soubessem como vocês criam resistências e limitações ao alimentar este tipo de fantasia, mesmo que adaptando o conceito aos tempos de hoje, talvez tivessem noção de que o mito inocente do tal príncipe nos leva a problemas deploráveis.
Enquanto houver o mito do homem perfeito, todos nós seremos sempre alvo de comparação. Seja com o príncipe Eric ou com o da Bela Adormecida, vocês sempre comprarão as atitudes deles ao invés das nossas. Seremos sempre comparados a caras que acordavam princesas sonolentas com um beijo e caras que as resgatavam de torres guardadas por dragões. Sim, sempre seremos menos do que aquilo que vocês sempre sonharam. E eu digo o porquê: a perfeição, tal qual vocês pensam, não existe. Nós somos apenas seres humanos dispostos a abrir mão de algumas coisas, ceder outras tantas, criar umas outras porque gostamos de vocês de verdade. A gente pode não ter um corpo escultural, uma espada e um escuda, um cavalo branco de raça ou um castelo descomunal para onde levaremos vocês. Essas expectativas são claramente frustradas pela realidade.
O problema é que eu vejo muito por aí isso de que “esquece dele, você merece um príncipe encantado” ou “meu príncipe encantado um dia vai chegar”. E talvez essas frases sejam o grande motivo pelo qual as resoluções amorosas das mulheres não dão certo. Porque não se pode exigir a perfeição de quem não a detém. E daí vocês esperam, criam expectativas, comparam, almejam tanto um ser místico que não admitem a existência de falhas nas nossas atitudes e comportamentos. Algumas até já deixaram cair o mito do príncipe e transferiram pro mito do vampiro que brilha ou do lobo fortão que faz de tudo para salvá-las. Mas vejam bem esses exemplos: os lobisomens e os vampiros são tão míticos quanto a perfeição que os acompanha.
A gente tenta agradar, é sério. A gente se esforça, é sério. Mas enquanto vocês tiverem essa fixação por uma imagem que não permite falhas ou erros, nunca seremos bons o bastante para vocês. Essa é a verdade. Por isso eu proponho esse manifesto: derrubem seus príncipes encantados do cavalo branco. Comecem a enxergar além do que os milhares e milhares de desejos e qualidades que vocês querem e deem valor às qualidades que um bom cara pode ter. Ele deixou de ir ao futebol para te ver? Ele deve realmente gostar de você. Deixou de encontrar os amigos para passar a tarde contigo? Ele é bacana a ponto de valorizar a sua companhia. Comprou um presente e você não gostou tanto assim? Ele se esforçou para acertar e ainda teve a paciência de comprar algo. Esqueçam os príncipes, os vampiros brilhantes, os lobisomens, os empresários do Wall Street. E me façam o favor de esquecer os tais sapos encantados também: esses são os mitos das que têm esperança em mudar completamente o cara legal que conheceram e fazê-lo virar o homem dos seus sonhos. Se ele for realmente o homem dos seus sonhos, você vai começar a sonhar com ele depois de conhecê-lo. Ele não vai tomar o lugar do príncipe encantado de antes. Ele vai te conquistar a ponto de fazer você perceber que contos de fadas são apenas contos.By D.B
De verdade, meu bem, eu não acredito que você exista. E se já comecei pensando assim, boa coisa não vai sair dessa minha carta. O fato é que eu ando meio desacreditado, achando que toda a minha vida amorosa e essas coisas que a gente pode englobar nela são todas umas fraudes. Eu sou uma fraude, pra ser exato. Escrevo sobre amor, faço os outros acreditarem e nem eu mesmo acredito numa única palavra que sai da minha boca. Mas hoje eu estava pensando e cheguei à conclusão de que, se não for por amor, que seja por você.
Que eu te encontre num dia ensolarado, nublado, chuvoso, com névoa e te diga alguma coisa. Que eu te reconheça no momento exato em que puser meus olhos em você. E que você saiba que houve um encontro ali. Que você esteja vestida de vermelho, amarelo, azul, verde, preto e branco. Que você me ache engraçadinho, pelo menos. Quem sabe tímido, quem sabe babaca demais, quem sabe charmoso, quem sabe eu nem te chame a atenção. Mas que você me veja com bons olhos e eles encontrem os meus. Que eu acerte a cor dos seus olhos numa brincadeira qualquer. E que aí você perceba o quanto eu te enxergo em tão pouco tempo. Que você seja amiga de algum amigo, ou a gerente do banco, ou a colega de faculdade, ou a menina bonita da balada, ou filha da amiga da minha mãe. Que você se encante comigo de alguma maneira. Que você se permita me conhecer melhor e saber que eu sou legal, ou que sou interessante, ou que não tenho nada a acrescentar a você, ou que eu sou um completo egoísta, ou que eu tenho um blog bacana que fala dessas coisas bonitas que as pessoas acreditam. Mas que você não seja um ponto final. Que seja as aspas, as reticências, o parágrafo, o travessão. Que você seja.
Que você saiba como eu sou complicado, ou que eu sou desajeitado, ou que eu sei dançar muito bem, ou que eu piso no seu pé porque não sei andar em linha reta, ou que eu detesto o cheiro de queijo ralado. Mas que você decida ficar e me conhecer mais, seja por curiosidade ou porque acha que pode se encontrar no meio da minha bagunça. Que a gente se conheça aos poucos, aos muitos, aos tantos, aos beijos, aos toques, aos olhares, aos filmes de fim de tarde, aos cheiros de perfume novo, aos dias de dormir de conchinha, aos minutos de ligações intermináveis.  Que você possa contar comigo, possa dormir comigo, possa brigar comigo. Que você não se arrependa naqueles momentos em que a gente questiona o amor, que você tenha orgulho de me mostrar pras suas amigas e que elas tenham inveja de você. Que eu possa te trazer café na cama, te dar um beijo de surpresa, te ver sem maquiagem, te morder até você ficar sem graça. Que eu não seja odiado pelos seus pais, que eles não me chamem de filho, que seu irmão torça pro mesmo time que eu. Que você me queira como pai dos seus filhos, que você se orgulhe de mim, que você esteja linda quando entrar na igreja.
Que eu possa te fazer sonhar. Que eu possa realizar os teus maiores sonhos e te consolar caso alguma coisa dê errado no meio do caminho. Que eu não saia nunca do seu lado, nem quando você pedir. Que os seus dias de TPM sejam lembrados com risadas e justifiquem aqueles quilos a mais que você ganhar com o brigadeiro. Que você chore bastante. Chore de rir, chore de saudades, chore de alegria. Que eu possa garantir que você não vai se machucar. Que o nosso filho tenha os seus olhos, a sua boca, o seu nariz. Que ele me lembre todos os dias de você. Que a gente caia um pouco na rotina e não mude por isso. Que a gente saia da rotina e se encante com algumas aventuras de vez em quando. Que a gente saiba reconhecer o valor da companhia do outro. Que eu te ame como nunca amei ninguém e que você me modifique da maneira que o seu amor quiser.
Mais importante que isso tudo: que você exista. E que não demore tanto pra chegar na minha vida.By D.B
Há algum tempo atrás, escrevi um texto que falava sobre luto romântico e todo o panorama que envolvia essa situação delicada de pós-relacionamento. Analisando melhor algumas vertentes e histórias que eu conheci – além, é claro, do meu gosto musical depressivo para letras que tenham alguma intensidade no assunto – delimitei algumas fases básicas que todo mundo passa, passou ou vai passar depois de um término baseado em algumas canções que falam por si próprias. Posso estar bastante errado ou limitado nas fases abaixo. Provavelmente estou. Mas não custa nada tentar falar um pouco sobre o assunto.
Fase I – Someone like you
É a fase mais dolorosa. É o momento em que as coisas ainda estão muito recentes ou muito confusas. É o momento em que a gente acha que nada nem ninguém em tempo algum conseguirão substituir quem passou. O número dela ainda está nos registros recentes, sejam por ligações movidas a álcool ou por recaídas comuns. Você ainda pensa nela em primeiro lugar quando quer contar algo, ou mandar alguma mensagem tarde da noite, ou quando o silêncio do teu quarto vem e te traz as lembranças das partes boas. Você sente a necessidade de manter cada pequena parte do que se lembra por perto. E se questiona até as coisas mais óbvias.
Você se agarra ao que sobrou. Tenta não dar aquela volta pra trás nem olhar pras coisas que você ainda tem dela. Guardar em caixas, enterrar num lugar onde ainda seja possível resgatar as coisas quando precisar delas. O bar, as garrafas, os copos, as noites vazias se tornam seus melhores amigos. Tratá-la com amizade ainda dói. Tratá-la com indiferença é impossível. Você ouve rumores, se afunda mais um pouco. Essa é a fase da fossa literal. Aos poucos o tempo vai passando, as intensidades vão diminuindo. Você realmente consegue pensar mais em você, em conhecer pessoas novas sem se prender tanto assim. Mas nada se compara ao que foi com ela. Não ainda. Mas é a fase necessária dos clichês.
Fase II – Warwick Avenue
Algum tempo já passou. Seu trabalho anda progredindo, você ganhou aquela promoção. Seus amigos fazem festas e você sempre acaba rindo das fotos em que você saiu com a cara mais engraçada do mundo. Você sai todas as sextas, conhece pessoas novas, gente bacana de verdade. Mas ainda te falta profundidade para entrar num relacionamento. Você não liga mais pra ela, não manda mais mensagens. Os amigos em comum falam dela e isso não te incomoda tanto assim. Você até conheceu o novo namorado dela quando ela atualizou o status do facebook. Não dói tanto, mas alguma coisa ainda está errada. Afinal de contas, você não é um ser humano com evolução espiritual a ponto de entender ainda o porquê de vocês não terem dado certo. Ela diz que é a vida. Você ainda discorda.
As gavetas foram fechadas e as chaves foram entregues ao seu melhor amigo. Você não abre mais, não chora mais, não sente mais se ninguém tocar na ferida. Você até consegue encontra-la naquele barzinho, meio que por acaso, meio que por provação. Dá um oi tímido enquanto se senta numa mesa no canto e fica assistindo a felicidade dela. O que ele tem que eu não tenho ou por que ele e não eu? São as perguntas que você se faz enquanto se pergunta se ela realmente te amou. Você tem estado confuso, tem dias em que pensa nela, em que pensa no que aconteceu há meses. Tem dias em que não tem tempo nem vontade de lembrar. No final da noite, depois de vê-la dando um beijo nele sem cerimônias, você levanta e paga a conta. Sai do bar com um sorriso no rosto. Ela está bem de verdade. Chegou a hora de você ficar também.
Fase III –My Sweet Song
Acabou. E caiu a ficha inteira pra você agora. Era uma coisa e não é mais. Era a sua doce canção, que não é tão mais doce assim. Você já consegue se apaixonar por aquela menina com o laço laranja na cabeça enquanto acha graça da timidez dela. Você já consegue falar com os amigos sobre o casamento dela sem se incomodar. Você já consegue fazer até brincadeiras sobre como vocês dois eram. Mesmo que em alguns momentos você ainda pense que poderia ter sido pra sempre. Você pensa, sorri, ri mais um pouco e deixa pra lá.
A melodia agora toca diferente. Você se dá conta de que não foi feita pra você. Talvez, até tivesse sido feita, mas as suas notas não combinavam com ela. Nem a sua maneira de querer viver a canção. Você está livre para procurar por outras canções, talvez mais adequadas ao que você gosta de escutar, talvez totalmente diferente e, por isso mesmo, tão adequadas ao que você necessita. Foi o tempo que passou, foram as novas aventuras da vida que curaram. Está ali, intocável. E agora é vez de aproveitar o sol que tá rolando lá fora, de aproveitar o que a vida tem de novo pra oferecer. É hora, talvez, de quebrar a cara de novo. Mas o mais importante é que agora é hora de se permitir mais uma vez. Melhor que continuar estagnado é continuar. Custe o que custar.By D.B
Definitivamente, não dá mais. Não dá mais para fingir que nada aconteceu com a facilidade que você tem para esquecer as coisas. Não dá mais pra me fazer de forte e encarar teu rosto dia após dias. Não dá mais pra ser irônico, pra ser engraçado, pra ser forte. De repente, soltar o escudo me pareceu a coisa mais sensata a se fazer. Receber essa dor diretamente no peito, sem ter mais o que me separasse da verdade, sem ter mais algo que me escondesse das coisas que eu não queria ver. Você superou. Foi um Adeus sem até mais.
Você ainda me prende a você. Voluntariamente. Involuntariamente. Inconsequentemente. Não dá para encarar as tuas ironias, nem a destruição em massa que você provoca na minha vida. Não dá mais para tentar construir alguma coisa em cima desse vazio que sobrou. Não dá mais para tentar ignorar o mal que você me faz comparado à pequena felicidade que eu tenho por ainda te ter por perto. O som da tua risada me dói. O brilho do seu sorriso me dói. Ver você feliz me dói. E quem disse que o sofrimento não era egoísta?
Sabe aquele papo de deixar o passado para trás e olhar pra frente? Aquele papo piegas de que é necessário se desfazer do que não nos serve mais, não nos faz mais felizes, não nos acrescenta mais? Pois é. Essa é você. Você me subtrai a cada palavra nova. Você me diminui a cada beijo novo. Você me deixa pior do que nunca todas as vezes que nos vemos. Ah, meu bem, em pensar que um dia você foi a razão da minha felicidade. Não sei se chego a te odiar, mas eu odeio pensar que as coisas podem não ter tido o mesmo peso para nós dois. Um peso e duas medidas. Nenhum peso e a minha medida.
Ouvi dizer por aí que você já está com outro alguém. E, sinceramente, espero que vocês não dêem certo. Te ver feliz sem mim é o pior dos meus pesadelos agora. Muitos vão me recriminar, vão dizer que eu estou errado. Mas é o que eu sinto agora. Talvez um dia eu consiga te olhar sem ter vontade de pegar uma borracha e apagar tudo o que a gente viveu ou pareceu viver. Talvez um dia eu consiga te olhar e não ter mais mágoa nem sentir aquele aperto no peito pelo motivo que eu sempre soube. Talvez um dia eu não precise mais te olhar e isso se cicatrize de vez. Talvez, talvez, talvez.
Boa sorte. E que você seja menos infeliz do que eu vou ser por bastante tempo.By D.B
Seus olhos não escondem toda a história por trás desse rosto bem maquiado e dessa constante expressão de desaprovação do mundo misturada com seu sorriso sádico. A estrada tem sido difícil, menina. Eu bem sei disso. Todas essas suas barreiras e a maneira com que você não tem mais esperança me deixam um tanto quanto triste. Triste por não poder te mostrar que felicidade existe e que poderia ser o meu apelido quando estivéssemos juntos. Um tanto quanto brega. Mas há sempre um quê de brega nas coisas que são sinceras. Eu te olho com olhos de criança todas as vezes em que tento te dar alguma palavra de confiança. Mas ninguém no mundo é tão frágil quanto você, meu bem.
Ele te machucou. Eles te machucaram. Uma frase simples com um contexto tão grande quanto à dor que você sente toda vez que alguém promete encostar-se a você com boas intenções. Você tem se deixado abalar demais. Tem se deixado levar por promessas vazias por uma questão de princípios. Essa diversão brutal que inebria a sua pele é mais por proteção do que por vontade. É a velha história de não querer ao seu lado quem possa te fazer verdadeiramente bem   pelo velho medo de cair mais alto dessa vez. Cair de um abismo. Cair sem pára-quedas e se machucar mais ainda. Justo você que ainda está se recuperando dos arranhões que a última aventura te causou. Mas veja, menina. Você ainda vai cair muito, ah se vai. Eu não posso assegurar que você não vai se arranhar ou se arrepender um pouco. Mas posso te dar minha mão, um abraço, um beijo de boa noite e tentar fazer com que você passe por tudo isso junto comigo. Mas ninguém no mundo está tão desiludida quanto você, meu bem.
Existe beleza nessa sua solidão voluntária. Existe beleza em todos os gestos que você exprime ao tentar me afastar por receio de me jogar pra baixo. De me fazer chegar ao mesmo patamar que você. Eu ainda acredito que seu receio não é altruísta. Existe um egoísmo seu. Felicidade sempre te doeu como se tivesse a intensidade de uma batida de trem. Eu vou cuidar de você. E as batidas apressadas em dizer não que o seu coração toca são o misto de surpresa e de ansiedade. Eu sei que, no fundo, você se feriu e quer continuar assim, intocada, até que nada mais se mexa dentro de você. Eu sei que, mais fundo ainda, você quer alguém que te faça rir e ria das suas bagunças, besteiras, bobeiras e brigas. E eu quero assumir o risco de cuidar de você. Quando estiver pronta, se algum dia estiver, avise-me. Eu não vou estar longe mesmo. Você é excepcionalmente bela quando acredita em mim com os olhos. E existem algumas outras tantas meninas parecidas com você nessa beleza da solidão. Elas até têm mais esperanças que você e já pediram minha ajuda e essa coisa alegre que eu te conto todos os dias. Mas ninguém no mundo é tão importante pra mim quanto você, meu bem.
Pode contar comigo, menina. Aliás, quero que você conte comigo. Conte comigo quando for desabar, quando for dançar, quando for fazer algo que necessite de companhia. Conte comigo quando precisar confiar em alguém ou simplesmente chorar num ombro seguro. Eu quero ser seu porto seguro, seu nó de marinheiro. Eu quero tirar essa sua âncora pesada do fundo do mar e te deixar navegar sem ressentimentos por aí. Seja comigo, seja com quem te faça feliz de novo. Eu quero ser bom para você, menina. Porque ninguém no mundo é como você, meu bem.By D.B
Não sei, meu bem. Não sei se digo que te amo agora ou quando isso acabar. Amor a gente sente quando está vivendo ou quando percebe o que foi? Se parar pra pensar, eu não sei o que é o amor. E aposto que você também não sabe. Como dizer que é amor ou que foi amor? Por comparação, por dimensionamento, por dedução, por impulso ou porque simplesmente bateu aquela vontade no peito e aquela alegria de te ver hoje cedo e eu decidi que é amor?
Mas veja bem, se eu disser que te amo em comparação a alguém que amei, eu não terei decidido que não a amei o suficiente ou que não foi amor? Então como eu vou poder ter certeza de que isso é amor? Isso tudo é muito confuso, meu bem.
Se eu disser que te amo porque eu nunca encontrei alguém tão legal e tão charmosa e tão bonita e tão boba e tão paciente e tão tão tão cheia de qualidades e defeitos que me fazem te amar cada dia mais, eu não estarei dizendo que o que temos hoje é amor e o que teremos amanhã vai ser outra coisa? Isso tudo é meio pequeno demais, meu bem.
Se eu disser que te amo porque acho que te amo, sem pensar demais em fatos e fotos, sem pensar em nada e apenas em como eu me sinto bem do teu lado e em como eu não poderia largar as suas mãos na rua e em como eu sinto ciúmes de qualquer cara que ponha os olhos em você e queira te tirar de mim, eu não estaria sendo leviano com os nossos corações? Isso tudo é difícil demais, meu bem.
Mas eu posso dizer que te amo porque te amo. Te amo e ponto final. Se não me pedir explicações e entender um pouco o que digo, fica tudo bem. A gente fala de amor como se soubesse o que isso significa. Ninguém sabe, meu bem. Amor é meio como a incógnita daquela equação de vestibular que a gente até sabe qual é, mas não consegue produzir o raciocínio correto para achá-la. Amor é meio que adulto que ainda acredita em Papai Noel e recebe presentes todos os anos de alguém que não se sabe quem. Amor é meio que recortar corações de papéis vermelhos e prender na capa do caderno sem ter um nome escrito dentro deles. Amor é meio mistério, meio certeza, meio “eu-não-sei-o-que-estou-fazendo”, meio “vai-ser-você-pra-sempre”. Amor é amor único, amor que se repete, amor que já foi embora e depois voltou, amor que se perdeu de vista e disse Adeus. Amor é tanta coisa e eu nunca consegui entender tanta coisa de uma só vez.
E as pessoas falam de amor como se fossem experts no assunto. Como se fosse uma palavra fácil de entender, fácil de sentir. Como se não houvesse nenhum apelo, nenhum mistério, nenhum erro ou variação de interpretação nisso tudo. Como se quando a gente ama, viesse junto um dicionário explicando tudo o que se precisa saber do valor dessas palavras. Um substantivo que se desdobra em verbo e pode se tornar uma arma letal pros corações desavisados. Amor é amar. E não é nada simples assim. Mas se você não fizer questão de entender, então deixa pra lá. Porque amor pode ser nós dois e definição nenhuma, menina.By D.B
Responda rápido: Você apagaria da sua mente toda a história que teve com o grande amor da sua vida só porque o relacionamento não deu certo? Então, se você respondeu sim ou não, meus parabéns. Não precisa nem continuar lendo o resto do texto. Em contrapartida, seja bem-vindo ao clube se você é dos meus e pensou numa escala entre o “talvez” e o “por quê?”.
Parte I – Quando as definições começam no fim.
Bem, vamos a uma suposição: Uma história deu errado, mas deve ter dado errado no final. E tudo o que se viveu no início, durante e quase próximo ao fim? E toda aquela velha história de que foi amor e de que era ela a mulher da sua vida e a mãe dos seus gêmeos loiros que vão torcer pro Botafogo e serão felizes por isso? Não vale nem um pouco à pena lembrar e não deu certo?
As pessoas têm uma tendência a anular toda a parte boa de um relacionamento por julgar que ele não deu certo. Mas qual é a medida utilizada para determinar se deu certo ou deu errado? Houve sentimento, houve carinho, houve companheirismo, mas acabou. Foi tudo certo até o dia em que um dos dois se virou e disse que não dava mais porque o sentimento acabou. Teoricamente, isso é o que nós classificamos como dar errado. Mas você realmente acha que é assim?
Nos tempos de hoje, um relacionamento que dá certo é visto como um relacionamento eterno. Se acabou, deu errado. Se está em andamento, está dando certo. Não se tem uma perspectiva de que algo que se acaba pode representar uma visão positiva sobre o que aconteceu. Esse julgamento é algo que me intriga e me faz pensar em milhares de vertentes a serem abordadas na definição do que é visto como um relacionamento de sucesso ou que falhou.
Sinceramente, acho que deveríamos apoiar a definição de falha ou sucesso num todo. A visão geral, o balanço completo do relacionamento, independente de seus resultados ou formas de término é que definem se valeu a pena ou não. Ou, pelo menos, definem se a experiência foi positiva ou negativa. Você pode não olhar mais na cara do outro, mas um dia você disse pra aquela pessoa que a amou. Ou você mentiu sem nem perceber ou está cometendo o grave equívoco de considerar apenas o fim como determinante num enredo inteiro de relacionamento.
Parte II – Quando uma decisão é tomada.
Em “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças”, os dois personagens resolvem apagar o outro da sua mente após o término de um relacionamento um tanto quanto conturbado. Joel, ao saber que Clementine o teria apagado em uma empresa especializada em memórias da mente humana, resolve fazer o mesmo, mas se arrepende no meio do processo e tenta fugir a todo o custo.
Isso parece um tanto quanto fantasioso? Pois bem, não é nem um pouco. A gente vive num eterno dilema filosófico entre aguentar o tranco de uma história que não deu certo, estando sujeito às lembranças e recaídas ocasionais de todo relacionamento ou evitar todo e qualquer tipo de contato e lembrança com o outro no intuito de não se lembrar de um único detalhe do que aconteceu.
Relaxe e espere até que todas as suas memórias sejam apagadas.
Se você optou por classificar a sua experiência afetiva como negativa e que não tem mais nada a acrescentar o contato entre vocês, talvez haja a necessidade de um afastamento completo; um “apagão” de memórias.
No dia-a-dia a coisa se complica um pouco mais. O que fazer com todos os objetos, lugares, situações, músicas, palavras e pessoas que vão sempre lembrar um pouco da “história de dois”? Se formos transpor o exemplo do filme para o cotidiano, os exemplos mais práticos de decisão radical são os famosos casos em que ambas as partes decidem cortar laços com a outra de forma a nunca mais se ouvir falar.
Com a reprodução midiática e a grande presença das pessoas nas redes sociais, o famoso processo de exclusão das redes é uma das formas mais inevitáveis de realizar esse “apagão”. Em contrapartida, as redes também podem indicar uma facilidade muito maior em estar em contato com quem não se quer, principalmente em se tratando de círculos sociais que englobam os indivíduos envolvidos na relação.
No fim de tudo, eu considero bastante delicada essa decisão de esquecer completamente alguém utilizando todos os meios possíveis e impossíveis. Pode ter sido bom enquanto durou e agora dói. Pode ter sido horrível quando terminou, mas foi ótimo enquanto durou. Pode ter sido nada. Pode ter sido tudo. Tudo depende. É uma decisão a ser tomada com bastante cautela e ponderadas as vantagens e prejuízos. No fim da noite, a única decisão que realmente importa é aquela que vai te fazer lidar melhor e se sentir bem com tudo isso.By D.B
Não. Não significa que você a ama só porque você sofre por ela. Essa ideia masoquista e bastante comum de que sofrer por alguém representa um tipo de amor visceral e intenso é tão antiga quanto o romantismo que endeusava suas musas e pregava o sofrimento masculino. Isso vem do fato de que a gente costuma procurar justificar o sentimento de amor por uma série de coisas que sentimentos – ciúmes, insegurança, frio na barriga, medo de perder – e outras coisas. A verdade é que ninguém nunca conseguiu definir o tal do amor e daí a gente se acostumou a utilizar outros sentimentos para sinalizar se o que sentimos é isso. Mas não é.

É difícil obter a plena consciência de que se escolhe sofrer por amor. Sempre associamos a ideia de amar alguém à ideia de sofrer por essa pessoa. O sofrimento se mostra como um meio de provar que é verdadeiro; de provar que não é mero capricho. A cada pontada de angústia, um sorriso se abre dentro de você, indicando que você está indo pelo caminho certo. E aposto que você, caro leitor, já se identificou com isso. Sofrer é só uma maneira de virar pras pessoas e dizer “Tá vendo? Isso que eu sinto é dor. É profundo, é bonito, me faz sentir apertos no peito e comprova que não é algo superficial. Porque eu sinto”. É que a gente, na iminência de sentir algo, acaba optando por qualquer coisa que seja tão forte quanto a descrição de amor que a gente viu por aí.

Não. Não é porque você sente falta e chora trancada no seu quarto que é amor. É só a sua forma de lidar com perdas e términos. O amor bom pode não ser tão facinho assim como diria o Ivan Martins, mas ele faz bem. Quando a relação (ou a ideia de relação) costuma fazer mal aos hábitos cotidianos, costuma atrapalhar na execução de tudo o que você faz e passa a te afastar das pessoas com quem você convive, ela se mostra claramente ruim. O sofrimento proveniente dela não vem como um atestado de que isso é amor e de que você deve viver isso intensamente de todos os modos. Não, isso é uma espécie de obsessão que pode ser particular (se vier apenas de você) ou compartilhada (quando vocês dois se encontram num tipo de relação auto-destrutiva e justificam as mágoas mútuas com o amor).
Sofrer demais nunca foi e nunca será atestado de amor. Não se justifica um sentimento (ou a falta dele) por outro. É o mesmo que saciar a vontade de comer maçãs ao comer uvas. São necessidades diferentes e sentimentos que não possuem ligação direta. Em tempo, esse tipo de fixação por pessoas que nos façam sofrer é um mal que se desenvolve por engano. O engano de sentir a tal dor de uma relação furada e achar que isso indica algo. Afinal, você não sofreria à toa por alguém que não desperte algum sentimento em você, não é mesmo? Sofreria. Porque é justamente com esse pensamento que se justifica o eterno ciclo do “estou apaixonado porque sofro por ela”. Então, da próxima vez em que estiver sofrendo demais, pergunte a si mesmo se isso não é só um indício de que as coisas vão mal na relação, ou então um indício de que você gosta de sentir algo só para provar que sente. E, como disseram uma vez por aí: só se morre de amor no cinema. By D.B

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Dois mil e tanta coisa pra pensar. Você sabe que a previsão é certa, porém duvidosa. E é esse paradoxo que a faz tão interessante prum ano que está a grãos de areia distante de nós, diminuindo um dos lados da ampulheta e fazendo com o que outro fique cheio de novo. São poucos dias que nos separam de uma nova Era de velhas novidades.
Você vai quebrar a cara mais uma vez e se afundar em copos e mesas de bar, rindo com os amigos até o taxímetro parar exatamente na porta da sua casa. Você vai se descobrir novamente apaixonado e, talvez, dessa vez dê certo com aquela pessoa que você nunca imaginou que estaria ali por você. Você vai conhecer o amor da sua vida e reconhecer no seu rosto um sorriso que você pode chamar de felicidade.

Você vai desistir de algumas pequenas coisas como acordar às 6 da manhã para malhar ou dar aquela corrida em volta da Lagoa. Em compensação, você vai descobrir que comer algum tipo novo de fruta faz bem à saúde e vai adotar novas práticas alimentícias que vão resultar em algum benefício desconhecido ou numa profunda falta de carboidratos. Você vai ser pessimista quando se olhar no espelho e a realidade do otimismo de outra pessoa vai te deixar sem graça quando ela te disser que você está bonito. Aliás, roupas velhas e guarda-chuvas novos combinam muito bem em dias de frio. Você vai se molhar, vai passar tempo demais debaixo do sol, vai ficar vermelho igual um pimentão ou adquirir aquele bronze invejado que as cariocas têm. Você vai ler algum livro novo que vai te fazer viajar e deixar de gostar daquele autor de crônicas preferido que não tem mais graça, nem escreve sobre o que você acredita mais.
Você vai mudar. Mas isso vai depender do que você chama de mudança. Pode ser um corte de cabelo novo que todo mundo vai odiar, mas que vai te fazer sentir o vento como nunca sentiu antes. Pode ser deixar pra trás as fotografias que incomodam e desalojar aquela pessoa que tomou tempo demais da sua vida sem acrescentar nada. Pode ser que você aprenda um nova língua, conheça novos lugares, se apaixone por si mesmo. Pode ser que você conheça um novo tipo de uísque importado, deixe de achar graça nas caipirinhas e largue a sua vida digital por um mundo onde celulares não tocam e caixas de e-mail não lotam nunca mais. Você vai ganhar algum dinheiro e investir tudo em jogos de vido game. Tudo pelo bem do entretenimento. Você vai passar menos tempo em frente à televisão ou descobrir que o pôr-do-sol em HD é mais agradável do que o deslocamento para a praia. Você vai ter notícias boas e algumas um tanto quanto ruins. No final de tudo, elas vão te fazer crescer de algum forma. Mesmo que seja da forma menos óbvia e mais dolorosa.
Você vai viver em um ano em que muita gente vai ter medo de seguir em frente. E muita gente vai exagerar na dose e se descobrir feliz assim. Aquele seu amigo piegas vai tomar um porre, a sua amiga devoradora de homens vai se apaixonar, você vai tirar uns dias pra meditar e descobrir que se parece mais com seus pais do que você julgou um dia parecer. E nunca vai admitir isso, é claro. Afinal, toda a independência conquistada até agora depende única e exclusivamente de você. Você vai viver um ano extremista, onde o fim do mundo vai ser anunciado. E muita gente vai deixar cair as máscaras ou colocar novas que os agradem mais.
Mas, antes que acabe o mundo, você vai descobrir que isso é tudo uma previsão. E previsões só se realizam a partir de alguma ação. Ação é com você mesmo, não é? Agir, pensar, repensar e ver que era melhor não ter feito. Ou, pelo contrário. Mas no fim de tudo (e, principalmente, no fim do mundo) é você quem vai ter dois mil e tantas razões pra fazer o que quiser. By D.B
É por você que eu me deixo levar até quando as minhas convicções são inabaláveis. Eu fico aqui com essa cara de boba olhando o relógio de cinco em cinco minutos e me permitindo vestir essa fantasia de boba, de alegre, de inocente, de esperançosa, de mulher que ama. Eu te espero faz um tempo, desde a última vez que você foi embora e nunca mais deu notícias. Você sempre foi assim, inseguro o suficiente pra sumir sempre que as coisas estavam muito bem. E sempre foi menino o bastante pra querer voltar quando faltava só um pouquinho de nada para eu finalmente esquecer do seu rosto, da sua barba, do seu cheiro forte de perfume italiano que me deixa sem ar quando está por perto.

Minhas amigas disseram para eu parar de me iludir. Eu sei que é ilusão e por isso mesmo é que eu não tenho medo. Sei que não posso esperar nada de você além do de sempre: a despedida. Mas vem pra ficar comigo um dia e continuar esse jogo que eu não sei onde vai parar. Meu Deus, será que eu sou tão previsível assim a ponto de você saber que eu sempre deixo a porta aberta quando você me liga pra dizer que vem? A gente não funciona junto, não dá certo junto, não foi feito pra estar junto. Mas eu cismo em forçar a barra e ver se você fica de vez, por esperança ou por vontade de poder usar a sua camisa social verde que cai tão bem em mim. É você e sempre vai ser você.
Sempre vai ser você que vai me dar um sorriso de lado e me deliciar na sua simpatia espontânea. Nesse jeito de fazer as coisas meio erradas, meio certas demais. Nessa cumplicidade e na forma com que o teu abraço me engloba e me deixa sem escapatória. Vai ser sempre você o meu menino. Vai ser sempre você que fica e vai embora e me leva junto e me faz voltar pra você mais uma vez. E essa confusão toda me deixa feliz.
Me deixa sentar no sofá da sala e ligar o vídeo game pra nós dois. Colocar aquele jogo que você gosta e perder de propósito (como se eu precisasse) só pra te ver com os olhos brilhando tentando me consolar da sua vitória. Você sempre ganha nesses jogos. Principalmente nos jogos de amor. Me deixa ser tua por um dia inteiro mesmo que seja só pra gente brincar de correr atrás do outro na grama do quintal. Os vizinhos vão me olhar com tristeza, com pena. Vão dizer que eu não aprendo mesmo. Alguns vão me chamar de louca, aqueles que não conhecem minha história principalmente. Outros vão tentar me dar a mão e perguntar por que eu choro tanto e sorrio tanto ao mesmo tempo. Eles torcem pra que algum dia eu acorde disso tudo.
Vai ser difícil acordar. Perceber que eu corro atrás de memórias no jardim e que o choro faz parte da sensação de saber que você nunca mais vai voltar. Repetir esse ritual de te acordar das minhas memórias todas as semanas e até ouvir o som de um carro que nunca mais parou aqui na porta de casa. Ligar o vídeo game pra dois e jogar sozinha imaginando como seria se você estivesse aqui. E perder mais uma vez. E perder de novo como toda semana eu perco ao reconstruir no meu mundo um mundo que já não existe mais. Alguns deles vão me chamar de louca e dizer que eu preciso de ajuda pra parar com essas coisas de reinventar o passado. Mas eu tenho certeza que eu só preciso de você pra transformar as minhas memórias em sonho de novo.By D.B
Meu filho, você deve estar achando demais uma carta do seu pai de muitos anos atrás. Eu, provavelmente, não sou tão irresponsável nem inconsequente como eu era. E nem tão romântico assim também. As coisas mudam e aposto que hoje em dia eu sou um daqueles caras que te mandam ir dormir antes das duas da manhã e passa a noite ligando pra saber com quem você está. Não te empresto a chave do carro e suspendo a sua mesada quando você me diz que reprovou em alguma matéria da faculdade ou do ensino médio. Eu já devo ter tido aquela conversa sobre sexo com você e te deixei tão constrangido quanto eu me senti enquanto falava. Já devo ter te dado conselhos sobre livros e profissões e devo ter te apoiado na escolha da carreira que você quer seguir. Seja a carreira de astronauta ou de mágico, de ilusionista ou escritor, de advogado ou médico. Eu sei que eu devo ter estado todo esse tempo do seu lado.

Mas, veja bem, eu quero te dar um conselho sobre alguns assuntos em especial. E esse conselho eu não poderia te dar em outra idade senão essa. É nesses nossos vinte e poucos anos que a gente vive tudo o que tem pra viver no limite da realidade. A gente bebe tanto e não sabe por que, a gente sorri tanto sem nem ter motivo direito, a gente se confunde com o caminho e tem como voltar atrás porque ainda dá tempo. Eu devo te dizer por esses dias que é bom ter certeza do caminho pra não querer voltar atrás. Bom, na verdade eu acredito que voltar atrás é reconhecer um erro ou refazer uma escolha. É cansativo, traz novas perspectivas e desanima. Mas se for pra melhor, meu filho, faça isso. E você vai se arrepender muito menos de ter voltado do que ter seguido pela direção errada. Escolher uma carreira é se projetar num futuro desconhecido. Por isso, faça sempre o que você gosta independente do que eu diga. Sua mãe vai te apoiar, eu sei. Nesses dias em que você me lê eu devo estar louco com essa coisa da vida adulta de querer estabilidade o tempo todo. Devo ter perdido aquele olhar sobre as coisas que são instáveis de uma forma bonita. Não devo ter deixado de acreditar em sonhos, mas devo tê-los deixado embaixo do travesseiro na hora de acordar pra vida. Sonhe, meu menino. E sonhe alto. Melhor cair de uma altura considerável do que se machucar tropeçando nos próprios pés. Vão admirar a sua coragem de ter subido tanto e vão admirar mais ainda a sua coragem de levantar do chão e abrir um sorriso.
Abra um sorriso sempre que gostar de alguém. Sorrisos cativam e eu aprendi isso meio tarde demais. Mesmo nas festas dos meus dias de hoje, enquanto eu ainda celebrava a juventude com brindes e meninas bonitas, não sabia do valor de um sorriso. Até que conheci uma menina com o sorriso mais lindo do mundo que me ensinou a sorrir. Além de uma forma de educação é também uma artifício de conquista. Aliás, encare conquistas amorosas como quem encara batalhas épicas. Seduza, conquiste e saiba deixar ir. Não brinque com o coração de quem te faz bem e nunca pense em se divertir com as meninas certas. As meninas erradas vão te ensinar muito mais sobre amor do que qualquer filme Hollywoodiano da sua época. Reveja os clássicos e aprenda como Don Juan era um canalha desprezível que conquistava todo mundo e tente não ser igual a ele, mas chegue perto de poder ser reconhecido em qualquer lugar que entrar por seu charme. Apaixone-se. E de verdade. Apaixone-se uma, duas, três e muitas vezes. Apaixone-se e conte isso pra alguém, fique bobo por uns dias, gaste milhões de mensagens de celular. Se isso ainda existir, é claro. E quebre a cara mais vezes ainda para saber reconhecer e dar valor às pequenas promessas sinceras de amor que receber.
Tenha contatos. A vida é feita das pessoas que você conhece e que podem te ajudar em algum momento. Mais importante que os contatos, são os amigos. Tenha os poucos e melhores ou muitos e bons. São eles que vão te levar no colo quando você voltar bêbado de alguma festa e tiver que mentir pra mim sobre isso. São eles que vão te ouvir chorando por alguma menina ou te livrar de apanhar do namorado ciumento de uma delas. São eles que vão enlouquecer com você na pista de dança e rir de fotografias bizarras. Seja amigo e seja leal. Lealdade é mais importante que fidelidade e as pessoas conseguem confiar em quem é assim. Não minta muito, mas minta. Mentir sobre algumas coisas e fantasiar outras faz bem pra criatividade e vai te meter em furadas que te farão crescer. Ah, e leia. Leia muito. Leia tudo. Leia até as redes sociais de quem você não gosta. E mantenha os inimigos longe, porque manter por perto é um grande risco que não se deve correr. Mantenha os amores por perto, mas lembre-se que há uma grande possibilidade de recaída.
Divirta-se. Isso é o que realmente importa. By D.B
Todo mundo sabe que relacionamentos que se prezem têm sogras, paixões não correspondidas e ex-namoradas como elementos necessários para compor a trama. E nesse cenário em que tudo pode acontecer, uma das coisas que mais se fala é o relacionamento com ex. Existe vida após o término?

A gente se pega pensando sempre no que nos levou ao término de um namoro ou relacionamento estável: dentre milhares de motivos que vão desde os mais bobos (como a mania dela de te chamar de chuchu) até os mais sérios (como a percepção de que vocês não combinam). E daí a procura pelo erro crucial que fez com que aquele castelo de areia desmoronasse é sempre acompanhada por uma boa dose de álcool e DR (seja consigo mesmo, seja com a ex em questão). A ideia que a gente tem de um relacionamento que chegou ao fim por causa de um erro é bem comum e nos leva a milhares de perspectivas pós-término. Eu acredito que, principalmente aqueles que ainda mantém algum tipo de sentimento pela ex, caem na velha armadilha da “amizade colorida” depois de tudo.
Vamos lá: eles eram amigos e começaram a namorar. De antemão vocês já percebem o risco de perder um ao outro caso a coisa fique feia e não funcione entre eles. Um mês, um ano e pronto! Terminaram! E agora eles vão se manter um tempo afastados e tentar recuperar aquela velha amizade de tempos atrás. Ele ainda gosta do sorriso e do perfume dela. Ela ainda acha que ninguém transa como ele e nenhum abraço se encaixa perfeitamente assim. Voltam a se encontrar, a sair juntos, a trocar sms, a relembrar velhas histórias e TCHARAM: recaída.
Recaída é quando a gente sabe que vai cair do penhasco e não vai andando: se joga. Se joga com força e já sabendo a dor que vai ser bater a cara no chão. Mas dessa vez não é surpresa se a gente errar de novo: é repetição de um erro anterior que foi agradável ou prazeroso.
O grave problema da recaída é que ela acende na gente um monte de dúvidas que pareciam ter sido apagadas muito bem com o extintor no meio do incêndio que foi o término. Você não sabe o que aconteceu, nem se gosta mais da pessoa. Você não sabe se foi um monte de beijos de uma noite só, ou se aquele abraço e olhar carinhoso significam alguma coisa a mais. O erro da recaída consiste no envolvimento emocional que (mesmo que não se queira) acontece. Acontece porque é bem provável que você não vá descartar um sentimento, mesmo que de lembrança, ligado a todos os momentos bons que você viveu com outra pessoa. Se você tiver a sorte e a evolução espiritual de não sentir mais nada, a recaída mostra seu lado positivo. Ela também pode servir para mostrar que o que passou já foi e não volta mais. Ponto e sinal pra seguir adiante de vez.
Muito bonito e muito poético. Mas e daí? A recaída tem o poder de fazer com que a gente pense em milhares de frases de efeito e situações novas. Se o tempo de término e o da recaída forem distantes, rola aquele bom e velho: será que eu devo tentar de novo? Talvez ela seja uma pessoa diferente agora…  Ela sorri da mesma maneira, ele larga o jogo de futebol para vê-la. Eles vão jantar num restaurante novo e ela percebe que ele aprendeu a contar piadas engraçadas. Ela fez as unhas e usou um vestido daquela cor estranha que ela dizia odiar. “Ela mudou/Ele mudou”. Bingo! Os dois estão com a sincronia perfeita de pensamento que os faz cair diretamente na emboscada do “Acho que dessa vez vai ser diferente. Talvez seja bom tentar”.
Medo, insegurança, mãos suando frio e um riso frouxo na cara. O dilema entre voltar ou não é mais complicado do que se imagina. Por um lado, existe a possibilidade de o tempo ter mudado os dois a ponto das coisas serem diferentes agora e realmente dar certo. Por outro lado, existe a comprovação da experiência anterior de que vocês não funcionaram e que isso tudo pode ser perda de tempo (ou pior: pode ser mais uma chance provável de quebrar a cara e reviver toda a dor e mágoa de outro término com a mesma pessoa). É um momento de colocar na balança o que o coração diz de novo e o que a experiência já disse uma vez. Alguns preferem respeitar o sinal de um suposto destino e deixar o passado no passado. Outros preferem acreditar em segundas chances e se permitem tentar mais uma vez em prol da alegria e das lembranças boas.
No final, o que vale mesmo é pesar a vontade. Por experiência própria, eu digo que fazer o que se quer nesse momento desvairado pode trazer resultados bons. Mas também entendo quem prefere se manter na retaguarda e ficar atrás do escudo pra não se machucar mais ainda. A recaída te dá duas opções que formam um dilema. Mas quem escolhe a experiência que vem a seguir é única e exclusivamente você.       By D.B
1) Um beijo a mais  (The Last Kiss)
“Pare de falar sobre amor. Todo idiota do mundo diz que ama alguém. Não significa nada. O que você sente apenas importa para você. É o que você faz para as pessoas que você diz que ama, isso é o que importa. É a única coisa que conta.”
Aquela promessa de amor que você já ouviu de algumas pessoas durante a sua vida amorosa não valeram de nada. E o mesmo serve para todas as juras de amor que você fez a alguém. Em si, aquele nosso “eu te amo” de cada dia é completamente descartável. O pedido de provas de amor também parece ser algo bem inútil, já que só você consegue entender como se sente em relação a alguém. Qualquer idiota consegue dizer que ama alguém e basear um relacionamento nesse combo de palavras bonitas que a gente tem tanto receio em ouvir ou dizer. O problema é que a gente acha que a promessa é o tal do “eu te amo”. Mas não é. O que conta aqui é o que você faz com esse amor todo que você diz ter e como isso se traduz na sua relação. Se não te faz bem, não deve ser amor, por mais que o outro diga e você ache que é. Se você não faz bem a quem ama, considere-se só mais uma pessoa que fala sobre amor pelo mundo.
2) (500) Dias com Ela(500) Days of Summer

“Olhe, eu sei que você acha que ela era a mulher da sua vida, mas eu não acho. Eu acho que você só está lembrando das coisas boas. E da próxima vez que olhar pra trás, deveria dar uma segunda olhada.”
Quando acaba, a saudade costuma mostrar só a parte boa. E é isso que alimenta a maioria das recaídas e das fossas sentimentais pós-relacionamento. A falta é grande e a gente costuma associar todo o relacionamento às lembranças boas. A tal “pessoa da sua vida” não passa de alguém com quem você teve uma história que acabou. E, se acabou, significa que algo de errado aconteceu ou que uma das partes viu algum erro no relacionamento. Se houve desgaste e você sabe que, no fundo, foi melhor seguir sozinho, não há porque sofrer à noite sentindo falta de algo que não fez bem no longo prazo. É que a gente pensa no início, nas noites frias e na falta da companhia. Se você olhar de novo por trás do ombro e se esforçar pra enxergar o passado, é possível que você veja e analise e extensão do que foi o seu relacionamento num total. Podia ser a tal pessoa da sua vida. Mas você não era a pessoa da vida dela(e).
3) Um beijo roubado (My Blueberry Nights)

“Então o que há de errado com a torta de amora?
- Não existe nada de errado com a torta de amora. É apenas que as pessoas fazem outras escolhas. Você não pode culpar a torta de amora, é só que ninguém a quer.”
Esse é um daqueles filmes que fazem você passar por um processo de reflexão forte sobre vários segmentos da vida. Mas o diálogo em questão possui um ponto forte: por que a gente sempre acha que existe algum problema com a gente só porque não somos correspondidos o tempo todo por quem queremos? A metáfora da torta de amora mostra que o controle sobre o outro não nos pertence. E esse nosso jeito de achar que existe um problema só porque não fomos escolhidos nos revela um tanto quanto egoístas e pessimistas. Egoístas por acharmos que deveríamos ter sido escolhidos. A outra pessoa tem direito de preferia outro sabor à torta de amora. Ou pode não gostar de amora. Cada um faz a escolha que melhor convém aos seus desejos e anseios. E o pessimismo se expressa quando temos que justificar a escolha do outro nos pondo pra baixo ou tentando inventar algum defeito inexistente que dê razão ao caso. Seria melhor se encarássemos isso tudo como uma escolha que não depende de nós, e não como uma rejeição.
4) Closer – Perto Demais (Closer)
“Eu não te amo mais. Adeus.”
O que eu sempre escrevo: foi amor. Você sabe que foi. Mas acabou. Chega uma hora que você precisa reconhecer que a história de duas pessoas chega ao fim, por uma série de motivos possíveis. Desgaste, fim do companheirismo, perspectivas diferentes, outras pessoas e uma lista sem fim que não poderia ser descrita neste tópico. Chegar à conclusão de que o barco está a ponto de naufragar e ter a coragem de se despedir pra se atracar ao mundo desconhecido em alto-mar é uma das coisas mais difíceis de um relacionamento. Parece doer ter que dizer ao outro que acabou. Como se houvesse culpa ou medo de ficar sozinho ou medo de se aventurar de novo ou medo de ver que o outro também pode dar as costas e ir embora. Encaixotar as coisas e bater a porta é, talvez, o maior pulo de paraquedas de olhos vendados que um relacionamento pode apresentar. Mas, lá na frente, você acaba vendo que a melhor relação é aquela que faz bem pra gente de uma forma completa. A relação que é morna e que nos mantém sentados numa sala de estar sem programação é uma relação semi-morta. Dar adeus pode ser recompensador depois de algum tempo.By D.B
Levanta dessa cadeira e desliga o computador, vai. Não precisa ir correndo, pode demorar um pouquinho e ir matando a preguiça de levantar. Dá um estalo na coluna ao se espreguiçar lentamente pela sala com a roupa que você tiver aí. Começa a rolar a na cama devagar, de um lado pro outro até cair. E ria. Isso mesmo, no imperativo. É uma ordem que expressa um desejo bacana de que você seja feliz hoje. Mas não quero que você se obrigue a ser feliz, não. Isso é chato e tudo o que é chato deve ser consumido apenas quando necessário. É pra te ajudar a espantar o tédio aos poucos. Já tá de pé? Então liga o rádio em alto e bom som e também liga pra alguém. Aliás, não desligue se cair na caixa postal, não. Deixe um recado bem humorado que vá fazer a pessoa do outro lado abrir um sorriso. Se atenderem, divirta-se com a confusão do som e da fala. E ria novamente como se fosse uma ordem que você quer seguir.

Convoque uma revolução na sua vida e diga que de agora até daqui a pouco você vai ser completamente pirado. Não precisa ser daqui por diante, não. Eu acredito que você pode mudar esse seu jeito de ser e de querer a vida amanhã de manhã. Vai depender do seu humor ou da cor do céu ou da ligação daquela tal pessoa ou da qualidade do seu sono. E não adianta mentir porque eu sei que você tá aí esperando a ligação ou e a mensagem de alguém. Mentira. Pode disfarçar sim. Ninguém precisa saber de todos os seus segredos. Aliás, não conta os seus segredos todos pros seus amigos não, hein… É bacana permanecer com alguns mistérios próprios e mistérios nossos. Se revelar logo de vez faz com que você perca o seu lugar na lista dos indecifráveis do mundo.

Encare as coisas com menos pontos e menos exigências e menos porquês e menos janelas fechadas e menos guarda-chuva e mais continuações. Você pode dançar ao ritmo dessa música que tá tocando ou fechar os olhos para se imaginar em uma cena qualquer. Vai, me diz: onde você gostaria de estar agora? Fecha os olhos, respira fundo e prende o riso. Sério! É um exercício que eu espero realmente que você faça – e com o som ligado tocando a sua música preferida. Se você não sentiu vontade de sair pulando por aí: escolha outra música preferida. Uma música que não seja tão mandona quanto esse texto. Uma música que te lembre de um playground nos seus oito anos de idade ou que lembre a primeira vez em que você foi à praia. Escolha uma música que te arranque sorrisos em vez de lágrimas. E siga esse conselho pra vida toda na hora de escolher trabalhos, escolher pessoas, escolher amores, escolher até mesmo aquela viagem que você tanto quis fazer. Escolha por você e não pelos outros. Porque escolher pelos outros é imposição e isso não chega nem perto do significado da palavra escolha.
Se leve menos a sério e mais aos lugares que gosta. Você vai perceber que tem muito lugar por aí com cheiro e sabor de lar que não é bem a sua casa. E também vai perceber que tem muita gente que transforma um lugar qualquer em lar se você estiver bem acompanhado. Vai que você dá a sorte de ir à praia com os amigos e se descobrir apaixonado pelo pôr-do-sol? Descubra-se aos montes (mas não conta pra todo mundo, lembra?). Ah, se eu fosse você, também não deixaria de comprar um bom filtro solar. É que o Pedro Bial disse que fazia bem e, desde então, eu quis aconselhar isso a alguém quando tivesse a oportunidade. Mas pode deixar pra lá essa última parte se quiser. E eu já disse pra você desligar esse computador e ir fazer tudo isso. Então, por que você ainda tá lendo até aqui? Vai lá e aproveita a vida!    By D.B
Coloque de vez na sua cabeça: ela não vai voltar. Não existe essa história de querer voltar no tempo, nem de remoer o que já foi e o que não volta mais. O que há de vir tem muita força, eu sei. Mas o que já foi… Ah, o que já foi levou o que eu tinha e o que eu tinha planejado ter por um longo espaço de tempo. É como se tivesse deixado o meu caderno de viagens rascunhado em algum lugar e alguém o apagasse, página por página, como se nenhuma daquelas memórias tivesse existido. Não adianta se matar pra resgatar umas memórias esboçadas, meio sujas, de muito tempo atrás. É tudo areia movediça armada secretamente como uma armadilha para te levar pro fundo do poço de uma só vez. Pior ainda é quando foi ela mesma quem bateu a porta e deixou a chave para você dar de cara com a casa vazia sem nenhum bilhete de despedida.

Encha o copo mais uma vez antes de perceber que ele nem estava vazio. Isso é ansiedade, eu sei. Eu tenho que me ocupar com alguma coisa pra não deixar a cabeça vazia pensando no que já foi. Meu masoquismo sentimental vive em crise ano após ano. Chega o aniversário dela e eu relembro o ano que foi nosso. Chega um e-mail qualquer com um “boa tarde” cordial e eu me lembro do que o nosso acabou num nó desatado. Não é aquela dorzinha gostosa que a gente sente de vez em quando e que a gente guarda só pra lembrar que tá vivo. É constatação de que já foi e já era, sabe? Até eu que tenho tentado parar de fumar por conta de uma alergia boba resolvo acender um cigarro e apagar a luz da varanda pra tentar pensar melhor nisso tudo.

Todo amor, por menor que seja, deixa uma impressão. Eu esbarro em você na esquina e reajo de alguma forma imprevisível. Não tem como tratar como desconhecido quem um dia já foi o alvo das suas cócegas, a tua ligação de madrugada ou o teu pedido de socorro. Não tem como passar uma borracha e seguir em frente por inteiro. Superar é uma coisa, esquecer é outra e apagar é um processo completamente impossível. Mas, pra mim, o problema mesmo é quando ela se reflete nos rostos das outras mulheres. É besta, eu sei. Só que é como se todas elas pudessem me prometer o que mesmo que ela e, ao mesmo tempo, nenhuma delas fosse suficientemente hipócrita para fazê-lo (porque não conseguiriam cumprir). E essa é só mais uma das tantas vezes que eu tento dizer pra mim mesmo um “vai lá, deixa disso e queima a foto, deixa de ouvir essas músicas, pensa em outra coisa e aproveita a juventude”, mas acho que envelheci uns trinta anos com essa coisa constante de acordar no meio da noite e gritar por ela. A tarja preta não faz mais efeito e a terapia já me deu o veredito: ela vai acabar com você aos poucos. Quem disse que eu me preocupo com isso?
Sempre que ela reaparece, de alguma forma, ela me estraga. Tenho a impressão de que, por mais que a gente tente se enterrar, ela sempre vai causar uma dessas reações estranhas em mim. Sim, a gente tenta se enterrar. Pelo menos eu cultivo essa ideia de que eu também representei um fardo e espero que ela tenha tido algum trabalho ao jogar tudo fora. Acho que eu não suportaria descobrir que pra ela foi fácil, rápido e indolor. Prefiro pensar do meu modo e até espero que ela apareça algum dia desses de surpresa só pra que eu demonstre uma dessas tais reações estranhas. Eu até quero muito que isso aconteça e que eu sinta de novo uns dez por cento do que eu sentia daquilo tudo. Eu já tomei uns dois comprimidos e já mudei alguns trocentos canais de televisão. É pedir demais que eu abra aquela porta e dê de cara com ela dormindo no sofá com as malas desfeitas, ou é melhor acender outro cigarro e colocar de vez na minha cabeça que ela não vai mais voltar? By D.B
Se a despedida foi com um beijo breve na testa, um carinho afagado no braço e uma sonora exclamação de “te cuida”, você pode esperar que ele não vá mais dar as caras. É como se ele dissesse que você tem que levantar agora e cuidar de você mesma sozinha, porque ele não vai assumir essa responsabilidade para si mesmo. Não é nenhum problema com você, calma. O sexo foi ótimo, você tem um ótimo gosto para filmes e aquele debate sobre filosofias de vida foi inspirador. Nada do que reclamar quanto a você. É só que ele não achou motivos necessários para ficar por mais tempo e nem achou que você fosse precisar dele pra mais alguma coisa. Por isso o aviso do título.

Não pense que é uma promessa cuidadosa daquelas que os seus pais diziam antes de te deixar na porta da escola. Os sinais são bem claros para serem equivocados. O beijo na testa já representa o tal distanciamento físico que ele não quer falar. É meio que familiar e inofensivo. Quase que um sinal de respeito. E ele ainda afaga seu braço para então dizer “te cuida”. Não é como se você também precisasse dele para algo. Aposto que nesse exato momento você diz para as suas amigas que ele foi só um carinha que você conheceu numa festa num dia desses e que nem era tudo isso que você pensava. Você nem queria mesmo, não é? Mas, cá entre nós,  bate aquela sensação frustrante de uma rejeição sem explicação nem porquês, aquela rejeição clichê que respeita os celulares desligados e possui um código de educação muito bem definido. É por isso que você ainda se pergunta por que ele disse isso no final.
E aquilo fica martelando na sua cabeça. Mas por quê? Ele era só mais um cara com quem você topou pela vida e não tinha nem indícios de que ficaria. Tudo bem, ele deu uma breve espetada no seu orgulho com isso de não dizer com todas as letras que iria embora, diferente dos outros. Os outros só somem de vez ou vão direto ao ponto do “não é você, sou eu”. E, por mais que você saiba que isso é uma grande mentira, você aceita o encerramento declarado. Mas ele não declarou nada. Ele só disse pra você se cuidar. Logo você que sempre achou que ia topar com um plebeu encantado em algum lugar do mundo que cuidasse de você por você mesma. Ou, se você for dessas independentes e com a cabeça no lugar, você só queria alguém que aturasse as suas TPMs e as suas crises de estresse; alguém pra trazer morango com leite condensado e alguém pra ser a concha na hora de dormir. Você queria aquela realização pessoal de ter em quem pensar quando tocasse a sua música preferida e alguém que te lembrasse de alguma cena engraçada ou romântica para contar pros outros como vocês se conheceram. Alguém que cuidasse de você. E, poxa, ele parecia ser tão bacana pra te rejeitar assim, sem nem dizer que ia embora…
Talvez ele achasse que você precisasse realmente de cuidados e de proteção. E daí ele se julgou meio incapaz de fazer isso porque ele não sabe nem se proteger. Talvez ele tenha ido com a sua cara e com os seus gostos e com a sua cara e com o seu rosto, mas só não era pra ele dessa vez. Talvez ele nem tenha gostado mesmo de você e resolveu ser gentil ao invés de dizer que ligaria no dia seguinte. Não tem por que ter raiva do rapaz que faz essas coisas. Ele realmente era diferente dos outros que você conheceu por aí. Ele expressou um carinho diferente na hora de se despedir e preferiu não preocupar você com o alerta de “até mais”. Até porque você nem queria estar com ele tanto assim, não é? Pois bem, agora espere alguns dias e veja que a raiva e o rapaz nem te incomodam mais. Se precisar de alguma ajuda, basta chamar. Outros rapazes vão achar que você precisa de cuidados de novo e alguns vão se oferecer para ficar. Mas, até lá, te cuida, viu? By D.B

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Não sei quem foi, mas com certeza essas palavras foram proferidas por alguém muito sábio: “voltar pra um velho amor é que nem ler um livro pela segunda vez – você já sabe como vai terminar.” Sim, porque nosso coração romântico tende a achar que isso é exagero, que sempre há chances quando há amor, e que nunca é tarde pra se arrepender. A realidade, porém, tem se mostrado impiedosamente contrária a esse nosso ideal romântico de relacionamentos.
Ficar com alguém só por amor é uma péssima ideia.
Pessoas que se recusam a acreditar esse fato acabam quebrando a cara incontáveis vezes. Porque o amor é necessário, mas ele, sozinho, não sustenta uma relação. É preciso muito mais do que isso. Parceria, respeito, companheirismo, objetivos de vida similares, sexo de qualidade, são apenas algumas dentre as diversas características necessárias pra se sustentar um relacionamento formado por duas pessoas distintas. Sem elas, desculpe-me o Cazuza, nem todo amor que houver nessa vida é o bastante.
Quando um relacionamento termina é porque alguns dos pilares básicos não estavam fortes o bastante e, acredite se quiser, na maioria das vezes o amor não é um deles. Porque é muito comum observar casais que terminam ainda se amando. O amor continuava intacto, mas outras afinidades não estavam bem estruturadas o que impossibilita a continuidade de um relacionamento feliz. Só que a carência, a saudade da rotina, as noites frias de domingo sozinha na cama, nos fazem acreditar no contrário. É mais fácil ceder do que resistir. E nós, fracos que somos, ficamos assustadíssimos diante de uma realidade na qual não temos mais o conforto de uma relação que fez parte da nossa existência por tanto tempo. Recomeçar é difícil demais. O vazio machuca demais. E no meio dessa fase dolorosa de recuperação, eis que surge o ex – uma esperança no fim do túnel pra nos tirar do sofrimento. Como a mente mente, ela nos faz acreditar que dessa vez vai ser diferente, que tudo vai mudar – e nós, num ato de desespero, voltamos. Muito provavelmente pra descobrir – depois que a fase da empolgação de um novo começo acaba – que nada mudou.
Costumo comparar essas segundas chances como alguém que anda de bicicleta. Você estava pedalando feliz até que um dia levou um tombo e estourou o joelho, que ficou em carne viva. Daí você sente dor, passa remédio, faz curativo. Só que a vontade de andar de bicicleta de novo é tão grande que, mal a ferida cicatrizou, e você já sai pedalando de novo. Até que passa novamente por um buraco e se estatela no chão. O pobre joelho que estava começando a se recuperar, retrocede,  ficando ainda mais machucado do que antes. Tudo isso porque você  não soube dar-lhe o tempo necessário pra se recuperar, pra se renovar, pra trocar de pele. Experimente trocar o joelho pelo seu coração – é assim que você age quando volta pra um amor antigo por causa da carência. Seu coração estava no processo de cura, precisando de cuidado, de isolamento, até que estivesse pronto pra outra. Mas você ignorou o aviso do corpo. Se entregou novamente àquele amor antigo, que você sabia que lhe faria mal, cedo ou tarde. Se tivesse dado o tempo necessário para a cura completa, aí sim estaria pronta pra andar de bicicleta novamente e explorar outras esquinas pelo mundo. Dessa vez, consciente, fortalecida e preparada. Mas você foi fraca e, como não poderia ser diferente, estatelou seu coração mais uma vez.
Por isso já dissemos por aqui que ser feliz é mesmo pros corajosos. Aqueles que jamais se esquecem que o maior amor do mundo tem que ser o amor próprio. Sempre que você passa em cima desse amor em nome do amor por outra pessoa, o resultado já é conhecido – você ativa o botão do VDM (vulgo, vai dar merda.) E sempre dá, as estatísticas confirmam. Por isso, sempre que nos sentirmos tentados a dar uma outra chance pra algo/alguém que nos fez mal, deveríamos nos lembrar que a vida é boa, que é bela, e que estamos aqui em contagem regressiva, por isso não há tempo pra apostar nos mesmos erros. Só assim nos permitiremos, antes de qualquer coisa, dar uma segunda chance pra nós mesmos.By C.S.V.