quarta-feira, 14 de março de 2012

Começa com uma noite despretensiosa. Como um dia qualquer que você jurava não render mais que uma boa conversa de bar com amigos e o enfrentamento daquele congestionamento clássico na volta pra casa.
Por obra do destino ou do acaso - esses danados - entre o barzinho e o engarrafamento surge uma surpresa. Uma surpresa linda de um metro e oitenta, pele de morena e sorriso bobo. O sorriso é tão bobo e gratuito que não lhe anuncia perigo do momento que lhe é apresentado até o momento da despedida. 


Os dias que se seguem trazem um oi na rede virtual, um número de telefone trocado, histórias e compatibilidades compartilhadas, risadas, um convite aceito e a sua cara de tonta rindo para a tela do computador. 

Até que a surpresa bem vinda te acolhe numa sábado à noite com um blues qualquer que combine com meia luz e taças regadas.
 

O presságio vem com os próximos gestos. Aqueles inesperados e certeiros que nos fazem querer ouvir o mesmo blues pra sempre. Querer assistir "Before Sunset" pra sempre. Desejar beber aquele suco de laranja com morango por todas as manhãs, se prepeparados por ele, que chegou sorrateiro, ficou sem permissão e entre flores, filmes e pores do sol, sugeriu um futuro bom que você já desacreditava pelo clichê do medo.

Até que o coração, companheiro valente ou belo tratante, mostra que não é à toa que é chamado de músculo involuntário - soma-se aqui afobado e inconsequente - e te manda o sinal de que há algo novo causando seus descompassos. E desta vez não tem a ver com bloqueio da válvula mitral, crises de estafa ou de ansiedade. 

Você se apaixonou novamente. 

Você, que jurou que aquela outra vez seria a última, está denovo ouvindo Sixpence none the richer, anda com pensamento longe, brilho no olhar e se culpa por não cumprir a promessa feita a si mesma. Bobagem. Você sabia o tempo todo, só não acreditou na sua intuição que te mandou aviso quando você subestimou aquele sorriso que além de bobo, poderia ser arrebatador. 

Nem perca tempo no processo de negação. Reverencie o momento, aceite o desafio. Encare como dádiva a paixão lhe chegar assim, repentina, em tempos de busca frustrada e incessante pela tal. 
Mande seu ego passear pra bem longe e acredite. Do calafrio que a insegurança lhe traz, a cada dia de recíproca, restará a certeza do passo certo. E em pouco tempo as borboletas no estômago se transformarão em leveza e cor.  
Liberte o medo. Liberte-se dos conceitos pré-determinados. Aproveite, arrisque, desaprenda o medo de errar. Apenas abstraia e flutue. Leve, simples, sublime, como bolhinhas de sabão. Baixe a guarda, que uma vez a paixão instalada, lutar contra é dispêndio de energia em vão.
By. P.P.C.

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