nunca pensou que pudesse escapar. Ele levava a vida saindo de sexta á sexta, levava qualquer mulher pra cama, nunca precisou trabalhar, sua vida era fácil demais e quando complicava era para os braços dela que ele procurava. Ela sabia dar colo. Ela sabia amar. Ele nunca conseguiu ser franco com seus próprios sentimentos. Ele a amava, mas não do jeito que se ama de verdade. Ela era dele e disso ninguém tinha dúvidas. Ela era garota boba, perdoava fácil e nunca soube dizer não. Ele soube que a perdeu quando ela não retornou mais suas ligações. Ela não implorou amor, não mendigou atenção, não chorou, não bateu o pé. Perdeu logo a garota que entre todas as outras não estava interessada no que ele tinha. Não era pelo dinheiro, não era pelo fato dele ser tão bonito que fazia qualquer garota prender a respiração. Não era porquê ele falava manso ou porquê ele sabia conquistar. Perdeu a garota que mesmo morrendo de ciúmes nunca deixou de acreditar nas lorotas que ele dizia. Ela não se importava quando ele pegava sua mão quando não tinha ninguém olhando. Não murmurava quando ele só á procurava quando estava precisando daquilo. E perdoava todas as vezes que conscientemente ele pisava na bola. Ele era um canalha que achava divertido brincar com os sentimentos de uma mulher. E com tanto cara querendo aquela garota, ela o escolheu. E sabe o que ele fez? Foi dormir com a primeira vagabunda que ele viu pela frente. Ele dizia que a amava e dizia o mesmo para mais cinco. E o mais irônico foi perceber que ela era areia demais por seu caminhãozinho e não ao contrario. Ele percebeu que era apenas um menino que perdeu uma mulher.”
— Perceber tarde é tarde demais, K. Ferreira.
— Perceber tarde é tarde demais, K. Ferreira.
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